Para iniciar o estudo sobre Autismo, diremos que este se trata de uma maneira singular do desenvolvimento humano, na qual a comunicação e a sociabilidade têm características de um desenvolvimento evolucionário “normal” e afeta, aproximadamente, 0,5 da população infantil, se manifesta em qualquer pessoa, em qualquer família, de qualquer cultura, nível socioeconômico e etnia, afeta cerca de quatro ou cinco crianças em cada 10.000 nascidos e é quatro vezes mais comum em meninos do que meninas.
A palavra Autismo vem da palavra grega “autos” que significa próprio. Autismo significa, literalmente, viver em função de si mesmo.
Estas características diferenciadas em crianças com autismo são frequentemente detectadas nos primeiros anos de vida; são comportamentos que chamam a atenção dos adultos. Tais comportamentos podem ocorrer em diferentes níveis, que vão desde uma completa ausência do discurso perante a vida, um comportamento repetitivo, auto prejudicial e agressivo até formas mais suaves, que podem ser quase imperceptíveis e confundem-se com timidez, falta de atenção, déficits auditivos ou excentricidade. Eles podem variar do comportamento solitário e indiferente a uma aceitação passiva dos outros, embora com grandes dificuldades para iniciar e manter relacionamentos, compartilhar interesses e desenvolver interações recíprocas. Ou seja, dificuldades para comunicar-se e entender como se estabelecem as relações interpessoais.
Muitas pessoas com autismo precisam de linguagem e apresentam problemas de compreensão. Mesmo aqueles que constroem uma expressão verbal adequada, geralmente não conseguem seguir uma conversação de forma tradicional. Seu pensamento simbólico é limitado, o que impõe grandes dificuldades para imaginar e elaborar fantasias, organizar o tempo e desenvolver as atividades de uma forma espontânea. Por este motivo, podem aparecer comportamentos rígidos e obsessivos (um desejo exagerado pela ordem dos objetos, movimentos estereotipados, rotinas, etc.).
As crianças que têm autismo tem dificuldade, principalmente, em entender as normas sociais que as outras pessoas executam habitualmente (como comportar-se, como fazer saudações, fazer perguntas, esperar a vez). Geralmente, não compreendem as frases com duplo sentido, brincadeiras, linguagem metafórica ou muitas das expressões emocionais (tristeza, ódio, alegria, raiva…) e também apresentam dificuldades para estabelecer relações de amizade ou de amor.
Com o passar do tempo alguns adultos com autismo parecem melhorar o seu desempenho, enquanto outros parecem acentuar seu autismo.
Nos casos em que há tendência em estabilizar o comportamento, melhorar as relações com os outros e desenvolver um maior grau de autonomia pessoal, é provável que isso não seja suficiente para atender às exigências de nossa sociedade, por isso um apoio ao longo de toda a vida faz-se necessário.
Programas de ensino especializado, desenvolvimento de habilidades adaptativas e coordenação entre os profissionais, famílias e instituições para fornecer recursos para uma inclusão social adequada, são o caminho para a melhoria da qualidade de vida dessas pessoas.
Embora a definição da síndrome autista esteja voltada para as crianças, o autismo não desaparece quando elas crescem, ademais, como o autismo começa a se manifestar antes dos três anos de idade, é dada maior atenção ao autismo na infância. Mas a criança que apresenta autismo será um adolescente e um adulto com características autistas por toda sua vida. Há ainda as crianças que são tratadas desde o início da doença, fazendo com que o diagnóstico do autismo seja dado em idades posteriores à infância- puberdade, adolescência.
texto de Socorro Bernardes
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